sábado, 21 de novembro de 2009

Oficina de escrita

Na aula de Português, a professora começou por solicitar a cada um dos presentes uma palavra, que foi registando no quadro e nós no caderno. No final, tinhamos dezoito palavras, sem qualquer ligação de sentido, palavras soltas que isoladas não dizem nada, mas combinadas com outras criam textos muito belos e com ideias profundas.
Foi isso que aconteceu. Cada um de nós tratou de elaborar um texto com as palavras indicadas por todos e sairam os lindos textos que publicamos a seguir.


Palavras: qualquer, Amélia, receio, perfeição, inspiração, pensamento, segurança, palavra, inconstante, medo, amor, felicidade, imaginação, alegria, chuva, sentimento, pessoa, futuro.



À chuva, qualquer sentimento ou alegria, ou felicidade... Nada chega à perfeição!
A imaginação traz o medo; o receio do futuro.
O meu pensamento está mais inconstante do que nunca...
Aquela pessoa, com ou sem palavras, nunca transmite segurança...
Nem na inspiração o amor aparece, está longínquo, distante...
Chega a Amélia... O mundo sorri!
A chuva continua...

Ana Morais

A vida é o futuro.
O futuro é a felicidade.
A felicidade é um sentimento.
O sentimento é inspiração.
A inspiração é uma palavra.
A palavra é inconstante.
O inconstante é o amor.
O amor é a Amélia.
A Amélia é uma pessoa.
A pessoa é alegria.
A alegria é receio.
O receio é medo.
O medo é pensamento.
O pensamento é perfeição.
A perfeição é segurança.
A segurança é qualquer coisa segura.
Qualquer coisa segura traz chuva.


Vanessa Martins


A palavra amor desperta-nos para vários sentimentos: alegria, segurança, perfeição, imaginação, inspiração, pensamentos, mas também medo, receio, insegurança.
Não interessa o nome de quem amamos, pode ser Amélia, Maria, Bernardete ou qualquer outra pessoa, mas o amor que por ela sentimos, a felicidade que temos ao amar essa pessoa.
Não penso no futuro, mas sim no presente em que a chuva é um estado temporal frequente no amor que é sempre inconstante.


João Seabra

Vida! O que é a vida? Uma palavra com apenas 4 simbólicas letras, mas que se torna difícil de definir. Cada pessoa é igual e ao mesmo tempo diferente da Amélia. Têm várias formas de reagir perante o amor, a dúvida do sentimento, o medo de uma possível ou indeterminada felicidade. É na imaginação, na segurança, que o pensamento ganha asas, que voa para além da perfeição. Existe um enorme receio do tão esperado futuro, de uma qualquer inspiração que poderá fazer com que a alegria se torne numa inconstante.
E, hoje, a chuva cai…


Carolina Cruz


Qualquer pessoa pode ser imaginação. Chamemos-lhe Amélia, uma rapariga onde os sentimentos constituem a perfeição. Marcada pelo medo inconstante, pelo receio da palavra felicidade e pelo anseio da alegria do futuro. Procura a inspiração na chuva, a segurança no pensamento e o amor no coração. Esta é a história de alguém que no mundo vive sem ninguém.

Inês Pinto

A nossa vida gira em torno de muitas variáveis universais, quer sejam estas de foro material ou não, quer existam Amélias ou Franciscos, o mundo anda e nós também.
Por vezes, esquecemo-nos de dar o devido valor às coisas, e uma delas é o que somos, o que nos caracteriza. E como é que demonstramos o nosso íntimo? Fácil, com palavras.
As palavras, estão connosco desde o início até ao fim, são nossas companheiras vitalícias, guardiãs que nos provem segurança; é nelas que podemos camuflar os nossos sentimentos; é nelas que nos refugiamos dos nossos medos e receios e é através delas que exprimimos sentimentos que nem sabíamos que tínhamos.
Com um pouco de imaginação, a felicidade literária pode ser atingida por qualquer um. Mas o que é isso? Uma felicidade literária?
Já deve ter acontecido a qualquer pessoa deixar se afundar numa inconstante chuva de criações mentais, onde a perfeição é o nosso domínio e onde o futuro nos pertence, onde o amor é como uma mão e, com alegria, é só manejá-lo.
As palavras são minhas, tuas, de toda a gente, usem-nas e sejam felizes.


André Martins

Falta-me imaginação para redigir um texto, palavra a palavra.
Tenho vagos pensamentos, cheios de inspiração, mas o medo não me deixa transcrevê-los. A pessoa é qualquer perfeição com um sentimento, por vezes, inconsciente.
O futuro é a Amélia, que reserva amor, alegria, segurança e felicidade.
Pensar? Pensar, incomoda tanto como andar à chuva.
O futuro? O futuro é receio.


Filipa Fernandes

Procuro a imaginação
Na palavra da perfeição.
Procuro o sentimento,
Que traduza o meu pensamento.
Procuro uma alegria qualquer
Que transforme o meu ser.
Procuro a felicidade
Mas tenho receio de a encontrar.
Procuro o amor de verdade
Mas tenho medo deste acabar.

No futuro tudo é inconstante,
Uns dias são chuva e outros são sol
E nesta emoção inquietante
Viver é sempre um passo errante.

Numa pessoa qualquer,
De qualquer nome, Amélia ou Amália,
Existem momentos em que falta inspiração para viver,
Em que falta a tal segurança
E viver torna-se pura esperança
Rodeada de nobre insegurança...
Viver é um lema de vida que mente
É apenas um pedaço de dor que sente.
Só a morte… apenas a morte é vida…
A morte, sim, é segurança!


Cristina Lopes


A palavra amor é um sentimento que nos faz sentir felicidade e alegria. Este amor faz-nos ser, por vezes, inconstantes, deixando a nossa pessoa amada com medo e receio do futuro. E é por isso que, nos dias de chuva, a Amélia não sente qualquer segurança, na sua fonte de inspiração, isto é, no seu amor.
No seu pensamento flui a imaginação de um dia o seu amor atingir a perfeição.

Mariana Dias

A Amélia é uma pessoa inconstante, com medo do seu próprio pensamento e da sua imaginação. Tem receio de dizer alguma palavra que possa ferir os sentimentos de alguém. Os seus momentos de inspiração trazem-lhe segurança, felicidade e alegria. Ela pensa que qualquer pessoa consegue atingir a perfeição menos ela, mas acredita que, com amor, vai conseguir no futuro ter mais confiança em si própria, menos naqueles dias de chuva que parece que nos cai o mundo em cima.


Ana Meneses


Qualquer palavra encerra dentro de si uma perfeição e segurança que só quem sabe escutar poderá reconhecer. A chuva que bate no vidro da janela, o vento inconstante que agita as folhas das árvores, o sol que espalha o seu brilho por todas as coisas, qualquer um (ou todos juntos) significa tanto… ou devia significar. A alegria de estar vivo, muitas vezes, se confunde com um medo de viver, um receio de sentir, um atrevimento de não ansiar pelo futuro. Mas todos queremos ser felizes. Qualquer pessoa, ainda que não o admita, procura dentro de si o sentimento que a leve a, finalmente, sentir-se completa. A inspiração pode ser uma árvore, a Amélia da rua de cima, o SL Benfica, o cão da vizinha. Pode ser o que quisermos. O que importa é como nos faz sentir. E, se procurarmos com atenção, veremos que o que procurávamos estava lá o tempo todo, apenas à espera de ser encontrado.


Cátia Soares


A palavra é a demonstração de um sentimento de Amor.
Qualquer indivíduo ou pessoa tem receio da inspiração e daquilo que realmente sente. Não existe perfeição e sim imaginação porque é através desta que se consegue alcançar a verdadeira felicidade. O futuro é inconstante como a chuva e a Amélia não sente segurança no seu destino traçado; tem medo e tristeza no pensamento. A sua alegria desapareceu há muito e não consegue ser feliz por pensar demasiado.

João Garcia


Olho para o futuro e vejo que nada do que sou agora faz sentido.
Sinto-me tão frágil que dentro de mim existem somente sentimentos como o receio, o medo, a tristeza. No meu pensamento, vagueiam palavras soltas: felicidade, alegria, amor, mas desconheço por completo o seu significado.
Somente uma pessoa me transmite segurança, considero-a um ser que atinge o topo da perfeição.
Na minha imaginação tudo o que vejo é um futuro negro, cinzento, onde a minha ínfima inspiração vai desaparecendo à medida que a chuva cai, é como se se fosse dissolvendo nas pequenas gotas de água.
Qualquer troca de palavras que tenha com ela faz de mim um ser menos inconstante, parece que quando estou com ele tudo se começa a colocar no devido lugar para assim construir o futuro com o qual eu sonho.
Só a Amélia me consegue pôr um sorriso no rosto.


Patrícia Cruz


Um qualquer pensamento transmite-me segurança, alegria, felicidade e, mais importante, amor. És uma pessoa inconstante como a chuva, como o futuro. És fruto da minha imaginação e dos meus sentimentos. Receio? Medo? De te perder, talvez. Amélia, minha perfeição, minha fonte de inspiração.


Francisco Cruz

Ao longo da nossa vida deparamo-nos com imensas pessoas. Essas deixam-nos marcas positivas ou negativas, mas com aquilo que nos proporcionam acabam sempre por moldar o nosso rumo e até mesmo a nossa vida, tornando o nosso futuro uma profunda inconstante devido às escolhas que tomamos e à influência que estas têm para a posteridade.
É neste longo caminho, o da nossa vida, que algumas vezes temos receio do “ainda não acontecido”, devido aos inúmeros obstáculos e a todos os momentos que encontraremos nesse caminho, fazendo da nossa vida um misto de sentimentos. Esses vão desde a nossa adolescência, onde tudo nos parece ser o auge da felicidade; passando pela nossa imaginação que ganha asas e parece voar para sítios e momentos nunca antes imaginados; observando os sorrisos estampados no rosto como forma de demonstrar a alegria... Isto tudo unifica-se num único sentimento: o amor!
É este, o amor, que é vivido mais intensamente e que deixa as maiores marcas na nossa vida. O amor nunca é um sentimento qualquer, mas sim o verdadeiro. Aquele que o Francisco sente pela Amélia! Se lhe perguntarmos:”Como é estar apaixonado?”, ele certamente nos dirá que a Amélia não lhe sai do pensamento, que é a sua fonte de inspiração... Mas o Francisco tem medo, medo de a perder. Pois a Amélia é tudo para ele. Se em poucas palavras o Francisco demonstrasse o que sente pela Amélia, certamente que diria: “és a minha perfeição!”
Na vida nada é dado por conseguido, nada é realmente seguro. Mas se pensarmos que os dias nem sempre são de chuva e que no fundo (lá no fundo mesmo!) o sol brilha, os nossos sonhos serão mais facilmente alcançados e ficarão bem mais perto da palma da nossa mão.


Telma Oliveira

O amor é a inconstância do saber e do sentir; liberta a imaginação e faz-nos ter sentimentos variados, como o medo e a felicidade. Mas qualquer sentimento difere de pessoa para pessoa, contribuindo para a sua alegria de viver, que muitas vezes se perde.
A Amélia, uma amiga de infância da minha mãe, é um exemplo disso. Ela tem receio do futuro, medo do sentir, de ser uma mulher amada e desejada. Perdeu a alegria de viver, encara o amor como a chuva, que vai e volta. Tem muita inspiração e sabe palavras bonitas sobre o amor; tem segurança ao escrevê-las, mas não as sente. É infeliz, tendo tudo para não o ser. Talvez no futuro tudo isso acabe e ela, finalmente, encontre a felicidade.

Susana Martins