quarta-feira, 27 de maio de 2009

"O Jardim Encantado" de Sarah Addinson Allen


“As mulheres Waverley têm um segredo… Para elas, é uma maldição; para os vizinhos é apenas algo fora do comum; nós apenas lhe chamamos de magia.”
A obra, “O Jardim Encantado”, de Sarah Addinson Allen, apresenta-se como uma fascinante história de amor que combina a culinária com a magia.
Num jardim escondido por trás de uma sossegada casa no mais recôndito lugar, existe uma macieira e os rumores rodeiam e dão conta que esta árvore dá um tipo especial de fruto. Neste maravilhoso romance, a autora conta a história dessa árvore encantada e das admiráveis pessoas que dela cuidam…
As mulheres da família Waverley são herdeiras de um legado mágico.
O jardim, conhecido pela sua macieira, produz frutos proféticos e que quem comer um fruto desta árvore consegue ver o seu futuro (o maior acontecimento das suas vidas); se, por acaso, o acontecimento for bom, as pessoas ficam felizes e esperam até acontecer; se for o contrário, as pessoas ficam loucas, acabando por fugir do seu próprio destino para que a tragédia não suceda.
Ao redor desta macieira, crescem flores comestíveis, imbuídas de poderes especiais que afectam quem quer que as comam.
Claire Waverley, protagonista, proprietária de uma empresa de catering (empresa de distribuição de comida e doces confeccionados) prepara pratos com as suas plantas místicas e quem as ingere é afectado, quer positiva, quer negativamente. No entanto, a sua idosa prima Evanelle é conhecida por oferecer presentes às pessoas, cuja importância mais tarde é descoberta. São elas os últimos membros da família Waverley, com a excepção da rebelde irmã de Claire, Sydney, que fugiu da cidade há muitos anos.
Quando Sydney regressa, imprevisivelmente, à pequena cidade de Bascom com uma filha pequena, a pacífica vida de Claire sofre uma grande mudança. Juntas, mais uma vez, têm que sarar as feridas do passado que Claire e Sydney deixaram por resolver.
Agradeço à professora Manuela Silva que me aconselhou este livro fantástico, o qual me ajudou a perceber certos assuntos que eu, à partida, sabia, mas não de forma tão aprofunda.
Um livro de poucas páginas, mas com uma grande imaginação e sobretudo místico.
A autora tem o poder de transformar plantas em simples produtos comestíveis com propriedades mágicas.
A linguagem é simples, subjectiva, escrita na primeira pessoa e fácil de perceber o que a autora pretende transmitir.
Gostei muito de ler este livro, porque reflecti sobre vários temas, como, o amor não é impossível.
Este livro é uma lição de vida. É daqueles livros que vai ficar na memória, não apenas por o amor vencer tudo, mas também por simbolizar e fazer-me acreditar que este sentimento é constante e não se perde com o passar do tempo, que nos mantém vivos, despertos para a vida e para os outros.
A moral do livro é bastante simples, não podemos saber o futuro quer este seja bom ou mau, porque se não estaríamos dependentes do acontecimento que víssemos e isso afectaria qualquer pessoa e não viveríamos a vida como devia ser.
A frase que mais me cativou foi: “Quando estamos felizes por nós mesmos, esse júbilo preenche-nos. Quando estamos felizes pelos outros, extravasa de nós”. Na minha opinião, esta frase faz qualquer pessoa reflectir no quão importante é estarmos bem connosco, mas sobretudo zelar pela felicidade dos outros. Não conseguimos sentir a felicidade dos outros, mas podemos compartilhá-la, e é nisso que muitas pessoas falham constantemente, porque são ambíguas e querem senti-la em vez de partilhá-la.
Aconselho a todas as pessoas interessadas a leitura deste romance repleto de histórias mágicas e, sobretudo, saboroso pelas suas típicas comidas com flores comestíveis.
E para terminar, faço esta simples pergunta: será que algum dia saberemos qual será o nosso maior acontecimento?


João Garcia

1 comentário:

  1. de onde é que tiraram essa frase - “Quando estamos felizes por nós mesmos, esse júbilo preenche-nos. Quando estamos felizes pelos outros, extravasa de nós”. nao a encontro no livro

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