sábado, 21 de novembro de 2009

Oficina de escrita

Na aula de Português, a professora começou por solicitar a cada um dos presentes uma palavra, que foi registando no quadro e nós no caderno. No final, tinhamos dezoito palavras, sem qualquer ligação de sentido, palavras soltas que isoladas não dizem nada, mas combinadas com outras criam textos muito belos e com ideias profundas.
Foi isso que aconteceu. Cada um de nós tratou de elaborar um texto com as palavras indicadas por todos e sairam os lindos textos que publicamos a seguir.


Palavras: qualquer, Amélia, receio, perfeição, inspiração, pensamento, segurança, palavra, inconstante, medo, amor, felicidade, imaginação, alegria, chuva, sentimento, pessoa, futuro.



À chuva, qualquer sentimento ou alegria, ou felicidade... Nada chega à perfeição!
A imaginação traz o medo; o receio do futuro.
O meu pensamento está mais inconstante do que nunca...
Aquela pessoa, com ou sem palavras, nunca transmite segurança...
Nem na inspiração o amor aparece, está longínquo, distante...
Chega a Amélia... O mundo sorri!
A chuva continua...

Ana Morais

A vida é o futuro.
O futuro é a felicidade.
A felicidade é um sentimento.
O sentimento é inspiração.
A inspiração é uma palavra.
A palavra é inconstante.
O inconstante é o amor.
O amor é a Amélia.
A Amélia é uma pessoa.
A pessoa é alegria.
A alegria é receio.
O receio é medo.
O medo é pensamento.
O pensamento é perfeição.
A perfeição é segurança.
A segurança é qualquer coisa segura.
Qualquer coisa segura traz chuva.


Vanessa Martins


A palavra amor desperta-nos para vários sentimentos: alegria, segurança, perfeição, imaginação, inspiração, pensamentos, mas também medo, receio, insegurança.
Não interessa o nome de quem amamos, pode ser Amélia, Maria, Bernardete ou qualquer outra pessoa, mas o amor que por ela sentimos, a felicidade que temos ao amar essa pessoa.
Não penso no futuro, mas sim no presente em que a chuva é um estado temporal frequente no amor que é sempre inconstante.


João Seabra

Vida! O que é a vida? Uma palavra com apenas 4 simbólicas letras, mas que se torna difícil de definir. Cada pessoa é igual e ao mesmo tempo diferente da Amélia. Têm várias formas de reagir perante o amor, a dúvida do sentimento, o medo de uma possível ou indeterminada felicidade. É na imaginação, na segurança, que o pensamento ganha asas, que voa para além da perfeição. Existe um enorme receio do tão esperado futuro, de uma qualquer inspiração que poderá fazer com que a alegria se torne numa inconstante.
E, hoje, a chuva cai…


Carolina Cruz


Qualquer pessoa pode ser imaginação. Chamemos-lhe Amélia, uma rapariga onde os sentimentos constituem a perfeição. Marcada pelo medo inconstante, pelo receio da palavra felicidade e pelo anseio da alegria do futuro. Procura a inspiração na chuva, a segurança no pensamento e o amor no coração. Esta é a história de alguém que no mundo vive sem ninguém.

Inês Pinto

A nossa vida gira em torno de muitas variáveis universais, quer sejam estas de foro material ou não, quer existam Amélias ou Franciscos, o mundo anda e nós também.
Por vezes, esquecemo-nos de dar o devido valor às coisas, e uma delas é o que somos, o que nos caracteriza. E como é que demonstramos o nosso íntimo? Fácil, com palavras.
As palavras, estão connosco desde o início até ao fim, são nossas companheiras vitalícias, guardiãs que nos provem segurança; é nelas que podemos camuflar os nossos sentimentos; é nelas que nos refugiamos dos nossos medos e receios e é através delas que exprimimos sentimentos que nem sabíamos que tínhamos.
Com um pouco de imaginação, a felicidade literária pode ser atingida por qualquer um. Mas o que é isso? Uma felicidade literária?
Já deve ter acontecido a qualquer pessoa deixar se afundar numa inconstante chuva de criações mentais, onde a perfeição é o nosso domínio e onde o futuro nos pertence, onde o amor é como uma mão e, com alegria, é só manejá-lo.
As palavras são minhas, tuas, de toda a gente, usem-nas e sejam felizes.


André Martins

Falta-me imaginação para redigir um texto, palavra a palavra.
Tenho vagos pensamentos, cheios de inspiração, mas o medo não me deixa transcrevê-los. A pessoa é qualquer perfeição com um sentimento, por vezes, inconsciente.
O futuro é a Amélia, que reserva amor, alegria, segurança e felicidade.
Pensar? Pensar, incomoda tanto como andar à chuva.
O futuro? O futuro é receio.


Filipa Fernandes

Procuro a imaginação
Na palavra da perfeição.
Procuro o sentimento,
Que traduza o meu pensamento.
Procuro uma alegria qualquer
Que transforme o meu ser.
Procuro a felicidade
Mas tenho receio de a encontrar.
Procuro o amor de verdade
Mas tenho medo deste acabar.

No futuro tudo é inconstante,
Uns dias são chuva e outros são sol
E nesta emoção inquietante
Viver é sempre um passo errante.

Numa pessoa qualquer,
De qualquer nome, Amélia ou Amália,
Existem momentos em que falta inspiração para viver,
Em que falta a tal segurança
E viver torna-se pura esperança
Rodeada de nobre insegurança...
Viver é um lema de vida que mente
É apenas um pedaço de dor que sente.
Só a morte… apenas a morte é vida…
A morte, sim, é segurança!


Cristina Lopes


A palavra amor é um sentimento que nos faz sentir felicidade e alegria. Este amor faz-nos ser, por vezes, inconstantes, deixando a nossa pessoa amada com medo e receio do futuro. E é por isso que, nos dias de chuva, a Amélia não sente qualquer segurança, na sua fonte de inspiração, isto é, no seu amor.
No seu pensamento flui a imaginação de um dia o seu amor atingir a perfeição.

Mariana Dias

A Amélia é uma pessoa inconstante, com medo do seu próprio pensamento e da sua imaginação. Tem receio de dizer alguma palavra que possa ferir os sentimentos de alguém. Os seus momentos de inspiração trazem-lhe segurança, felicidade e alegria. Ela pensa que qualquer pessoa consegue atingir a perfeição menos ela, mas acredita que, com amor, vai conseguir no futuro ter mais confiança em si própria, menos naqueles dias de chuva que parece que nos cai o mundo em cima.


Ana Meneses


Qualquer palavra encerra dentro de si uma perfeição e segurança que só quem sabe escutar poderá reconhecer. A chuva que bate no vidro da janela, o vento inconstante que agita as folhas das árvores, o sol que espalha o seu brilho por todas as coisas, qualquer um (ou todos juntos) significa tanto… ou devia significar. A alegria de estar vivo, muitas vezes, se confunde com um medo de viver, um receio de sentir, um atrevimento de não ansiar pelo futuro. Mas todos queremos ser felizes. Qualquer pessoa, ainda que não o admita, procura dentro de si o sentimento que a leve a, finalmente, sentir-se completa. A inspiração pode ser uma árvore, a Amélia da rua de cima, o SL Benfica, o cão da vizinha. Pode ser o que quisermos. O que importa é como nos faz sentir. E, se procurarmos com atenção, veremos que o que procurávamos estava lá o tempo todo, apenas à espera de ser encontrado.


Cátia Soares


A palavra é a demonstração de um sentimento de Amor.
Qualquer indivíduo ou pessoa tem receio da inspiração e daquilo que realmente sente. Não existe perfeição e sim imaginação porque é através desta que se consegue alcançar a verdadeira felicidade. O futuro é inconstante como a chuva e a Amélia não sente segurança no seu destino traçado; tem medo e tristeza no pensamento. A sua alegria desapareceu há muito e não consegue ser feliz por pensar demasiado.

João Garcia


Olho para o futuro e vejo que nada do que sou agora faz sentido.
Sinto-me tão frágil que dentro de mim existem somente sentimentos como o receio, o medo, a tristeza. No meu pensamento, vagueiam palavras soltas: felicidade, alegria, amor, mas desconheço por completo o seu significado.
Somente uma pessoa me transmite segurança, considero-a um ser que atinge o topo da perfeição.
Na minha imaginação tudo o que vejo é um futuro negro, cinzento, onde a minha ínfima inspiração vai desaparecendo à medida que a chuva cai, é como se se fosse dissolvendo nas pequenas gotas de água.
Qualquer troca de palavras que tenha com ela faz de mim um ser menos inconstante, parece que quando estou com ele tudo se começa a colocar no devido lugar para assim construir o futuro com o qual eu sonho.
Só a Amélia me consegue pôr um sorriso no rosto.


Patrícia Cruz


Um qualquer pensamento transmite-me segurança, alegria, felicidade e, mais importante, amor. És uma pessoa inconstante como a chuva, como o futuro. És fruto da minha imaginação e dos meus sentimentos. Receio? Medo? De te perder, talvez. Amélia, minha perfeição, minha fonte de inspiração.


Francisco Cruz

Ao longo da nossa vida deparamo-nos com imensas pessoas. Essas deixam-nos marcas positivas ou negativas, mas com aquilo que nos proporcionam acabam sempre por moldar o nosso rumo e até mesmo a nossa vida, tornando o nosso futuro uma profunda inconstante devido às escolhas que tomamos e à influência que estas têm para a posteridade.
É neste longo caminho, o da nossa vida, que algumas vezes temos receio do “ainda não acontecido”, devido aos inúmeros obstáculos e a todos os momentos que encontraremos nesse caminho, fazendo da nossa vida um misto de sentimentos. Esses vão desde a nossa adolescência, onde tudo nos parece ser o auge da felicidade; passando pela nossa imaginação que ganha asas e parece voar para sítios e momentos nunca antes imaginados; observando os sorrisos estampados no rosto como forma de demonstrar a alegria... Isto tudo unifica-se num único sentimento: o amor!
É este, o amor, que é vivido mais intensamente e que deixa as maiores marcas na nossa vida. O amor nunca é um sentimento qualquer, mas sim o verdadeiro. Aquele que o Francisco sente pela Amélia! Se lhe perguntarmos:”Como é estar apaixonado?”, ele certamente nos dirá que a Amélia não lhe sai do pensamento, que é a sua fonte de inspiração... Mas o Francisco tem medo, medo de a perder. Pois a Amélia é tudo para ele. Se em poucas palavras o Francisco demonstrasse o que sente pela Amélia, certamente que diria: “és a minha perfeição!”
Na vida nada é dado por conseguido, nada é realmente seguro. Mas se pensarmos que os dias nem sempre são de chuva e que no fundo (lá no fundo mesmo!) o sol brilha, os nossos sonhos serão mais facilmente alcançados e ficarão bem mais perto da palma da nossa mão.


Telma Oliveira

O amor é a inconstância do saber e do sentir; liberta a imaginação e faz-nos ter sentimentos variados, como o medo e a felicidade. Mas qualquer sentimento difere de pessoa para pessoa, contribuindo para a sua alegria de viver, que muitas vezes se perde.
A Amélia, uma amiga de infância da minha mãe, é um exemplo disso. Ela tem receio do futuro, medo do sentir, de ser uma mulher amada e desejada. Perdeu a alegria de viver, encara o amor como a chuva, que vai e volta. Tem muita inspiração e sabe palavras bonitas sobre o amor; tem segurança ao escrevê-las, mas não as sente. É infeliz, tendo tudo para não o ser. Talvez no futuro tudo isso acabe e ela, finalmente, encontre a felicidade.

Susana Martins


quinta-feira, 30 de julho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"As 5 Portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura"

No dia 9 de Junho concretizou-se o Jantar Queirosiano, última actividade do Projecto "As 5 Portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura". Foi espectacular!... Foi um encerramento do primeiro ano de desenvolvimento do Projecto que, para sempre, ficará na memória de todos aqueles que nele participaram, pais/encarregados de educação, alunos, professores e outros membros da comunidade senense.
E como se tratava do terminus de uma etapa, apresentámos um texto de reflexão de todo o trabalho desenvolvido e que aqui publicamos.
“A leitura é um bem essencial.”
“A leitura proporciona-nos viagens no tempo e no espaço; permite-nos sonhar outras vidas, outras culturas, outros mundos.”
“Sonhar, inventar, mentir e criar são palavras intrinsecamente ligadas à leitura. O sonho resulta de todos os estímulos que são oferecidos pela leitura; a invenção é a resposta inteligente que advém depois de ouvirmos um bom contador/leitor; a mentira é acreditar que o sonho se concretiza; a criação é a característica humana que nos lembra que existe uma criança dentro de nós.”
“Ler é um prazer que deve ser cultivado.”

Nada melhor do que iniciar a nossa reflexão com algumas frases soltas que constam da introdução deste nosso projecto “As 5 Portas da Leitura…”
No início deste ano lectivo, perante a ambiciosa proposta das professoras, encarámos este desafio com alguma desconfiança, talvez até um pouco por preguiça, pois adivinhava-se, desde logo, um projecto bastante trabalhoso, onde tínhamos que concentrar grande parte dos nossos esforços... Mas com o tempo fomo-nos habituando e adaptando a todas as novidades que este projecto nos proporcionaria ao longo do ano... é como diz o poeta “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”!
Foi assim mesmo que aconteceu connosco: no início, achámos que era algo que só nos ia trazer mais trabalho, que nos ia roubar tempo... Mas não foi isso que aconteceu... Porque ao longo do ano, constatámos que este era um projecto que iria fazer de nós pessoas mais ricas, mais cultas e mais participativas na dinamização do mundo escolar... No entanto, o mais cativante foi poder viajar e recriar os ambientes de todas as obras e autores que íamos estudando...
Foi mágico poder sonhar com os peixes e os sermões, foi fantástica a mentira envolvente em Frei Luís de Sousa, foi fascinante inventar o nosso interior através da poesia de Cesário Verde e é com a criação deste jantar queirosiano d´”Os Maias” que um longo ano vai culminar… Um ano cheio das mais diversas actividades desde palestras, visionamento de filmes enquadrados na temática do projecto, situações dramáticas, debates, etc., muitas das quais tiveram lugar de destaque no blogue da nossa turma, 11.ºD, cujo endereço é http://leiturasereflexoes2.blogspot.com/ e no blogue da professora Manuela Silva, http://novosnavegantes.blogs.sapo.pt/, que vos convidamos desde já a visitar.

Mas todos estes momentos, que nos fizeram sonhar, mentir, criar e inventar, só foram possíveis graças a algumas pessoas que se empenharam simpaticamente em algumas actividades do projecto... A saber:

A professora Conceição Saraiva pela preciosa ajuda nas palestras da contextualização histórica das obras que estudámos;

A professora Cândida Perpétua por ter ajudado na compreensão da famosa educação inglesa;

As professoras de Geografia Mª dos Anjos Poeira e Lúcia Leitão pela palestra dicotomia Cidade/Campo, uma das temáticas da poesia de Cesário Verde;

A professora de Educação Física Teresa Pereira por ter ao longo deste 3º período ensaiado a turma do 11º A, para hoje brilhar com uma dança da época;

A todos os dinamizadores externos à escola que nas mais variadas temáticas enriqueceram este projecto com os seus sábios conhecimentos;

A Companhia Casa dos Afectos que nos presenteou com representações do “Sermão de Santo António aos Peixes” e da obra “Frei Luís de Sousa”;

Todos os Encarregados de Educação que nos acompanharam no dia-a-dia durante a realização deste projecto, especialmente aqueles que mais directamente participaram nele, concretamente o fotógrafo João Soares e a pintora Tânia Antimonova pela recheada palestra observação /captação do real;

A Cheila Cruz que aceitou o nosso convite para cantar no jantar;

O Professor Luís Pinto, pela ajuda nas questões informáticas;

A Biblioteca Municipal, por colaborar sempre nas actividades relacionadas com o projecto;

A Escola Dr. Guilherme Correia de Carvalho, por se mostrar sempre disponível para nos ajudar;

O Dr. Fernando, por nos ter ajudado a tornar esta noite ainda mais brilhante;

E porque os últimos são sempre os primeiros, as docentes envolvidas no projecto: Elisa Branquinho, Rosa Isabel Martins, Ana Macedo e, muito especialmente, a professora Manuela Silva que, muitas vezes, foi o “motor” de inovação e criatividade deste projecto, partilhando sempre as suas ideias e dinamizando de forma muito entusiástica este grupo de trabalho, tornando, assim, este projecto vencedor da Candidatura de Mérito 2009, atribuída pela Rede de Bibliotecas Escolares, e viabilizando a continuação do mesmo para o próximo ano lectivo...

Um muito obrigada a todos os mencionados e a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste projecto.

Fazendo um balanço deste projecto que nos acompanhou durante este ano, e não querendo ser repetitivas, dizemos que foi para nós bastante positivo e enriquecedor, pois proporcionou-nos a aquisição de todos os conteúdos obrigatórios do programa de Português do 11º ano, mas de uma forma muito mais descontraída e marcante... Sabemos que as coisas só ganham sentido quando realmente nos esforçamos para as concretizar e é por isso que este jantar é uma grande vitória para todos os envolvidos e, sem dúvida, a melhor forma de finalizar este ano lectivo. Esperamos (e conhecendo a nossa professora de Português, Manuela Silva, é quase uma certeza) que este tipo de projectos continue a ser desenvolvido e a fomentar nos alunos o gosto pela leitura e a certeza de que esta é uma actividade dinâmica, que mexe com todos os nossos sentidos e nos ajuda a crescer como pessoas.

Que a leitura se torne para cada um de nós um hobby prazeroso que nos permite sonhar, criar, mentir, inventar e despolete, em nós, novos e diferentes sentimentos. Que a leitura seja, para todos, mais do que um simples passatempo, mas uma busca por novos mundos. Que cada obra seja uma aventura, uma história para ver, ouvir, cheirar, tactear, saborear, enfim, sentir.

Um grande bem-haja a todos pela vossa presença aqui hoje e principalmente, às professoras Elisa Branquinho, Rosa Isabel Martins, Ana Macedo e Manuela Silva, por nos proporcionarem esta memorável experiência!
Cátia Soares & Ana Morais

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"O Jardim Encantado" de Sarah Addinson Allen


“As mulheres Waverley têm um segredo… Para elas, é uma maldição; para os vizinhos é apenas algo fora do comum; nós apenas lhe chamamos de magia.”
A obra, “O Jardim Encantado”, de Sarah Addinson Allen, apresenta-se como uma fascinante história de amor que combina a culinária com a magia.
Num jardim escondido por trás de uma sossegada casa no mais recôndito lugar, existe uma macieira e os rumores rodeiam e dão conta que esta árvore dá um tipo especial de fruto. Neste maravilhoso romance, a autora conta a história dessa árvore encantada e das admiráveis pessoas que dela cuidam…
As mulheres da família Waverley são herdeiras de um legado mágico.
O jardim, conhecido pela sua macieira, produz frutos proféticos e que quem comer um fruto desta árvore consegue ver o seu futuro (o maior acontecimento das suas vidas); se, por acaso, o acontecimento for bom, as pessoas ficam felizes e esperam até acontecer; se for o contrário, as pessoas ficam loucas, acabando por fugir do seu próprio destino para que a tragédia não suceda.
Ao redor desta macieira, crescem flores comestíveis, imbuídas de poderes especiais que afectam quem quer que as comam.
Claire Waverley, protagonista, proprietária de uma empresa de catering (empresa de distribuição de comida e doces confeccionados) prepara pratos com as suas plantas místicas e quem as ingere é afectado, quer positiva, quer negativamente. No entanto, a sua idosa prima Evanelle é conhecida por oferecer presentes às pessoas, cuja importância mais tarde é descoberta. São elas os últimos membros da família Waverley, com a excepção da rebelde irmã de Claire, Sydney, que fugiu da cidade há muitos anos.
Quando Sydney regressa, imprevisivelmente, à pequena cidade de Bascom com uma filha pequena, a pacífica vida de Claire sofre uma grande mudança. Juntas, mais uma vez, têm que sarar as feridas do passado que Claire e Sydney deixaram por resolver.
Agradeço à professora Manuela Silva que me aconselhou este livro fantástico, o qual me ajudou a perceber certos assuntos que eu, à partida, sabia, mas não de forma tão aprofunda.
Um livro de poucas páginas, mas com uma grande imaginação e sobretudo místico.
A autora tem o poder de transformar plantas em simples produtos comestíveis com propriedades mágicas.
A linguagem é simples, subjectiva, escrita na primeira pessoa e fácil de perceber o que a autora pretende transmitir.
Gostei muito de ler este livro, porque reflecti sobre vários temas, como, o amor não é impossível.
Este livro é uma lição de vida. É daqueles livros que vai ficar na memória, não apenas por o amor vencer tudo, mas também por simbolizar e fazer-me acreditar que este sentimento é constante e não se perde com o passar do tempo, que nos mantém vivos, despertos para a vida e para os outros.
A moral do livro é bastante simples, não podemos saber o futuro quer este seja bom ou mau, porque se não estaríamos dependentes do acontecimento que víssemos e isso afectaria qualquer pessoa e não viveríamos a vida como devia ser.
A frase que mais me cativou foi: “Quando estamos felizes por nós mesmos, esse júbilo preenche-nos. Quando estamos felizes pelos outros, extravasa de nós”. Na minha opinião, esta frase faz qualquer pessoa reflectir no quão importante é estarmos bem connosco, mas sobretudo zelar pela felicidade dos outros. Não conseguimos sentir a felicidade dos outros, mas podemos compartilhá-la, e é nisso que muitas pessoas falham constantemente, porque são ambíguas e querem senti-la em vez de partilhá-la.
Aconselho a todas as pessoas interessadas a leitura deste romance repleto de histórias mágicas e, sobretudo, saboroso pelas suas típicas comidas com flores comestíveis.
E para terminar, faço esta simples pergunta: será que algum dia saberemos qual será o nosso maior acontecimento?


João Garcia

"Visto do Céu" de Alice Sebold


A obra “Visto do céu”, título original “The lovely Bones”, de Alice Sebold, gira em torno do espírito de Susie Salmon que foi violada e assassinada, levando algum tempo até se desprender da vida terrena, complementada por relatos da sua passada e “nova” vida.
Procurava, na biblioteca escolar, um livro para ler, um livro que fosse especial, que me suscitasse interesse, que fosse de encontro àquilo que sentia na altura…quando, de repente, me deparei com o título “Visto do Céu” no meio de tantos na estante. Peguei nele de imediato. Deu-me a sensação de ter lido o livro naquele instante, no primeiro contacto com o seu título. Não precisei de procurar mais, requisitei-o logo.
A obra é um romance de fácil leitura, muito objectiva e compreensiva, com uma tradução muito bem-feita pelo tradutor Ribeiro da Fonseca. Não se pode dizer que é uma obra muito “movimentada”, é até um pouco parada, narrada na primeira pessoa, relatando experiências passadas e presentes da personagem, sentimentos, o quotidiano das outras personagens, tal como eu gosto! Pois só gosto de um grupo muito restrito de livros, filmes ou séries televisivas em que haja muita acção.
Na altura em que requisitei e comecei a ler o “Visto do céu”, andava numa fase em que me surgiam questões que todos já tivemos alguma vez na vida: “Como seria se eu morresse? Como reagiriam as pessoas de quem eu gosto? Será que há vida depois da morte? Como será depois de morrer? Será que a minha morte iria ser indiferente para aqueles que dizem que me amam ou sentiriam a minha falta?”, enfim… questões que todos nós colocamos a nós próprios em qualquer momento da nossa vida. Por coincidência ou não, este livro foi como que um exemplo de resposta às minhas questões, a experiência de alguém na primeira pessoa, pois, a personagem principal é o espírito, como já referi, de Susie, violada e assassinada por um violador e que, depois de morta, relata a forma como morreu, como é a vida dela depois da morte, como reagiram aqueles que ela mais amava à sua morte, as suas experiências, desejos como um espírito…
Eu acredito convictamente que há vida após a morte! Pois, se não houvesse, a nossa existência terrena não faria qualquer sentido. Seria algo muito limitado nascer - crescer – morrer e parou por aí… Não… Eu penso que nós somos mais que isso, que não estamos aqui, na Terra, apenas por estar, mas sim, porque nascemos por algum motivo, para fazer alguma coisa, para alguém… Há quem chame destino, há quem chame missões terrenas, mas nenhum de nós está aqui por estar, embora, por vezes, pareça que sim. Não é à toa que somos todos diferentes, cada um de nós tem um lugarzinho, uma motivação, um sentimento, mal ou bem marcamos a diferença. Eu acredito que a alma é imortal e única, que é o espírito que comanda o nosso corpo físico e não o contrário e, sim, acredito que estamos rodeados de espíritos que já morreram. Ninguém tem a certeza de nada, é certo. Mas esta é daquelas certezas que tenho porque se sentem, com todos os sentidos e que, no fundo, todos sentem, mas ignoram. Porque é impossível não sentir, uns mais outros menos. Para mim, a vida terrena não é mais que uma simples passagem de muitas passagens que ainda teremos de seguir, por isso se diz que a devemos aproveitar e que a vida é só dois dias…
Esta obra, para mim, exprime algo muito real e mais vulgar que o vulgar e, em suma, fica esta passagem que me despertou um interesse especial e, para mim, é a passagem mais importante de toda a obra:

“ Vi a minha família beber champanhe e pensei na vida deles em relação à minha morte, e depois percebi, quando o Samuel tomou a ousada iniciativa de beijar a Lindsey numa sala cheia de pessoas de família, que finalmente se libertavam dela.
Aqueles eram os fascinantes ossos que tinham crescido em volta da minha ausência: as ligações – umas vezes ténues, outras conseguidas a grande custo, mas muitas vezes magníficas – estabelecidas depois da minha partida. E comecei a ver as coisas de uma maneira que me permitiu encarar o mundo sem mim. Os acontecimentos provocados pela minha morte não passavam dos ossos de um corpo que se tornaria completo numa ocasião imprevisível no futuro. O preço do que eu acabei por considerar esse corpo miraculoso fora a minha vida.” págs.: 256/7


Cristina Lopes

"Crepúsculo" de Stephenie Meyer


Crepúsculo é uma história cujo objecto da paixão da protagonista é um vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito mistério, e o resultado é uma leitura polvorosa, uma vez que este é um romance repleto das angústias e incertezas habituais nos jovens. Como, por exemplo: a atracção, a ansiedade que antecede cada palavra, cada gesto, e todos os medos. Daí que tenha tido muito gosto em ler este livro, pois são problemas quotidianos e acaba por ser interessante, vê-los retratados.
Isabella Swan (a protagonista) chega à nublada, chuvosa e pequena cidade de Forks, ideia que esta, inicialmente, rejeita por completo, visto que este seria o último lugar onde gostaria de viver. Porém, ela tenta adaptar-se à vida provinciana, na qual aparentemente todos se conhecem, começa a lidar com sua constrangedora falta de ordem e acaba por se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Estes obstáculos, que se vão opondo à protagonista, são um retrato fiel de muitos problemas que a vida nos vai colocando, por isso, o meu interesse por este livro.
Mas, o meu empolgamento na leitura deste livro aumentou quando Edward Cullen se cruzou no destino de Isabella. Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella, o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Porém, este seu ressentimento acaba por fazer com que ela se apaixone. Ele, cauteloso e repleto de segredos, alega uma espécie de "amor proibido", a fim de mostrar a Bella que é um risco para ela. O facto de este se revelar um amor diferente, visto que está envolto de mistérios, contribui imenso para o gosto que tive ao ler esta obra.
Ela é uma garota incomum, ele é um vampiro! Então, é extremamente necessário que ela aprenda a controlar o seu corpo, quando ele a toca. No meio de descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr. Este lado de policial faz com que a nossa leitura seja rápida, visto que temos sempre vontade de saber o que vai acontecer.
Nesse universo fantasioso, os personagens construídos por Stephenie Meyer, mostram-se de tal forma familiares nos seus dilemas e nos seus comportamentos que o sobrenatural parece real, tornando, de tal forma, a leitura como que a imaginação da história a acontecer ao pé de nós.
Concluindo, a autora torna perfeitamente plausível e irresistível a paixão de uma jovem de 17 anos por um vampiro encantador.


Ana Carolina

"Duas Irmãs, um Rei" de Philippa Gregory


Ana Bolena, ela guardou uma lata
Na qual toda a sua esperança e sonhos estavam selados.[1]

Thomas Bolena (para Maria): Para ir longe neste mundo, é necessário mais do que beleza e um coração generoso.[2]

Maria Bolena (para Ana): Estais a apontar para alto de mais, Ana… como sempre.2

Podes sorrir quando o teu coração está partido, porque tu és uma mulher.[3]

Rei Henrique VIII (para Ana): Eu pus este país de pernas para o ar por VOSSA causa! 2

A multidão marchando ao som dos tambores
Toda a gente se está a divertir, embalados pela melodia do amor
Feio é o mundo em que vivemos
Se estou certo provem-me que estou errado
Estou deslumbrado, à procura do lugar onde pertencemos.1

“Duas Irmãs, um Rei”, de Philippa Gregory, foi provavelmente das melhores obras que li nos últimos tempos. O primeiro contacto que tomei com o livro, ainda que de forma indirecta, foi em meados de 2007, quando fui informada de que iria estrear um filme relacionado com a história de Ana Bolena, que há algum tempo me vinha a fascinar, pela enorme misticidade que a rodeia. Como amante da História no geral, principalmente no que diz respeito à Idade Média e Moderna, procurei assistir ao filme, mas tal não se proporcionou e, embora o interesse sobre esta trama permanecesse, fui esquecendo a existência de tal obra até que, há alguns meses, me foi oferecido o livro de Philippa Gregory. Embora ignorando a relação entre este e o filme que me fora recomendado, comecei a ler avidamente a obra, tornando-se de tal forma viciante que só parei no final. E, mesmo assim, a história continuou a perseguir-me incessantemente.
Penso que Philippa Gregory conseguiu captar de tal forma a vida na corte inglesa que, mesmo nas páginas iniciais, nos sentimos imersos naquele universo de futilidade, interesses e traições, onde cada gesto, cada olhar, são sinais importantes num mundo onde ninguém é mais do que um mero peão na escalada social até ao trono.
É louvável a forma como a autora consegue prender os leitores à história e manter o suspense, a emoção e, mais que isso, a surpresa perante os acontecimentos, quando, no fundo, tudo aquilo que relata são factos conhecidos e imutáveis. Agradou-me imenso a opção de abordar o lado mais “negro” das várias versões da História, estando patente a exaustiva pesquisa que executou sobre o tema. Desta forma, não temos só um retrato fiel da sociedade britânica da época, mas também um romance de intriga, paixão e traição, como todos os bons livros devem ser.
A intrigante relação entre as duas irmãs, a frágil e sensível Maria e a decidida Ana, é talvez o aspecto com mais destaque em toda a obra e, mesmo no fim, penso que é aquilo que permanece na nossa memória. A evolução psicológica das personagens é evidente e nunca falha em surpreender até o leitor mais atento, sendo simplesmente notável a forma como Philippa Gregory consegue transpor tais sentimentos em palavras. Os próprios diálogos, extremamente fidedignos, completam na perfeição a atmosfera criada ao longo de toda a obra, dividida de tal forma que torna ainda mais interessante acompanhar a sucessão das estações e a evolução que, ao mesmo tempo, se manifesta no relativo às personagens.
Embora no princípio o enredo possa parecer ligeiramente confuso, uma vez entrando na trama é impossível não se deixar levar e vivenciar realmente a história. O tamanho do livro pode assustar alguns leitores mais preguiçosos, mas para mim foi realmente penoso chegar ao fim da obra, de tal forma me envolvi no retratado; apesar de ter possibilidade, uma vez que a história é verídica, de descobrir o que se passou com as personagens referidas ao longo da obra, queria ter podido descobri-lo através da visão próxima e crítica da narradora, Maria Bolena, e não de forma teórica e muitas vezes enfadonha.
Foi também por esses motivos que resolvi apresentar este texto crítico de forma diferente do que até aqui tinha feito, reunindo várias visões sobre a história de Ana Bolena, muitas delas cruciais para a minha apreciação tão positiva desta obra de Philippa Gregory. Tal como referi, espero que todas elas completem a minha crítica e mostrem, algo que eu provavelmente não conseguirei, o fascínio com que encarei e continuo a encarar esta narrativa.
Não sei se por a história me agradar particularmente, não sei se inteiramente por mérito da autora, não sei se apenas por estar no estado de espírito certo para ler a obra; apenas sei que livros assim valem a pena ser lidos É esta a forma mais indicada de fazer História e livros deste género proporcionam um grande enriquecimento a todos aqueles que têm a sorte de com eles se deparar.
Uma leitura a repetir.

Se tem algum significado, então adquiri-o. Se não significa nada, não importa. Deixai-o. 3

Ana Bolena (para a multidão): E assim eu viro a minha página a este mundo e a todos vós, e peço-vos de todo o meu coração que rezeis por mim. Que o Senhor tenha piedade de mim, a Deus entrego a minha alma.2

O mundo não mudou assim tanto; os homens ainda governam.3

Não posso dizer.
Quando irá isto terminar? 1

Ana Bolena (para Maria): Fui eclipsada. Sou a outra rapariga Bolena.2

Ó morte, embala-me enquanto durmo
Traz o meu descanso silencioso
Deixa o meu muito culpado fantasma
Sair do meu cuidadoso peito.
Faz soar a dolorosa marcha
Deixa-a ecoar e a minha morte anunciar
Eu devo morrer
Não há remédio
Eu devo morrer.[4]



Cátia Soares


[1] Poynter, Dougie, Fletcher, Tom, McFLY (2006), Transylvania, Motion In The Ocean, Universal Records.
[2] The Other Boleyn Girl, Universal Pictures International & Colombia Pictures (s/a, “Memorable quotes for The Other Boleyn Girl (2008), http://www.imdb.com/title/tt0467200/quotes, 30 de Março de 2009)
[3] Gooreads, “Quotes by Philippa Gregory”, http://www.goodreads.com/author/quotes/9987.Philippa_Gregory, 30 de Março de 2009.
[4] Poema alegadamente escrito por Ana Bolena no dia antes da sua execução. Originalmente Oh, Death, Rock Me Asleep. (s/a, “Ana Bolena”, http://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Bolena, 30 de Março de 2009).

"O Velho que Lia Romances de Amor" de Luís Sepúlveda



A obra O Velho que Lia Romances de Amor foi escrita por Luís Sepúlveda, editado pela Porto Editora, e tem 112 páginas (na impressão de 1999).
Esta pequena obra conta a história do velho António José Bolívar Proaño que vive com uma tribo indígena, num lugar longínquo da Floresta Amazónica. Ao viver com esta tribo indígena, António teve de aprender a respeitar a Natureza e os animais da floresta.
Numa das visitas feitas pelo dentista Rubinco, este leva a António livros, para ler. António começa a ler, com grande entusiasmo e paixão, os romances de amor, que vão acompanhar o resto da sua velhice. O velho António perde-se nestes livros, com o intuito de esquecer os estrangeiros, que vieram para caçar e destruir a floresta.
Este livro enquadra-se nos temas orientados no projecto “As cinco portas da Leitura”, porque aborda o amor (apresentado nos livros que António lê e no amor que ele sente pela floresta).
Eu penso que este é um bom livro de leitura, porque nos ajuda a reflectir sobre o respeito que devemos ter com a natureza, ou seja, esta obra também tem um aspecto ecológico a focar.

Mariana Dias nº 11,11ºD

"A Ilha das Trevas" de José Rodrigues dos Santos

Chegada ao 3º período deste 11º ano e perceber que o final se aproxima, deu me também a vontade de escolher um livre do meu inteiro agrado a fim de relatar a experiência a qualquer pessoa que possa ler. Sendo esta recta final um pouco preenchida e desgastante para todos nós, com o elevado número de trabalhos e testes para fazer, infelizmente e sem darmos conta, são nos roubados alguns momentos de leitura em detrimento do estudo. Contudo, quando se gosta, nós conseguimos arranjar tempo para tudo. Foi exactamente isso que aconteceu comigo enquanto lia este livro.
Primeiramente, foi para mim um grande privilégio ler este livro, uma vez que me foi recomendado pelo próprio autor, José Rodrigues dos Santos, que teve a amabilidade de responder a um email meu, de elogio de outra sua obra (A Vida num Sopro) , recomendando exactamente este romance. Então, depois do entusiasmo de ter recebido um email deste grande jornalista, uma das primeiras coisas que procurei fazer foi adquirir esta obra, para a poder saborear.
Então, como já referi, apesar de bastante atarefada iniciei a minha leitura. E foram extremamente deliciosos estes momentos iniciais de leitura, pois, para além de me descontraíram bastante, retratavam na perfeição uma realidade que idealizo, ou seja, esta obra inicia-se com a preparação de uma operação de jornalismo de guerra a fim de cobrir a invasão da Indonésia ao território, na altura português, de Timor. Assim, esta obra despertou em mim um grande interesse, pois faz uma ponte entre o jornalismo de guerra e uma história que nos é relativamente próxima, as invasões e a guerra de Timor na última década do passado século.
Mas, quanto mais lia, mais eu me descontraía e me interessava por esta obra. Pois, perante este cenário são introduzidas na história personagens adoráveis que espelham as dúvidas, as angústias, as raras alegrias e grande revolta que todo o povo timorense sentiu nesta época.
Paulino da Conceição é o melhor dos retratos que o autor utilizou para demonstrar as mais variadas experiências passadas por este povo. Paulino da Conceição é apenas um dos timorenses que viveu todas as barbaridades que se seguiram à saída dos portugueses de Timor-Leste e foi, sobretudo através dele, dos seus traumas e reflexões, que compreendi as verdadeiras implicações deste acontecimento histórico. Aparece-nos como uma personagem muito humana e verídica, no entanto ele representa todos os sofredores de Timor.
Assim, começam-se a cruzar factos históricos e acontecimentos verídicos com uma realidade deliciosamente ficcionada através de uma bela história de amor. Então, é com a descrição da bela história de amor de Paulino da Conceição e de Esmeralda que este livro começa a ganhar outro interesse e a despertar todas as emoções que possam estar mais sensíveis. De facto, numa fase inicial, esta é uma apaixonante história de amor. E o autor demonstra de facto grande sensibilidade na transmissão de todos os momentos românticos deste casal, deixando o leitor embevecido. No entanto, perante o cenário pouco feliz, a vida deste casal, já com duas crianças, é posta à prova. Esta família passa por uma sucessão de más experiências, que com o avançar do tempo se vão intensificando, destruindo aos poucos a felicidade desta humilde família, que acaba por não aguentar todas as crises por que passa!
É com a intensiva sucessão destes trágicos acontecimentos que assolam a família de Paulino da Conceição, que podemos ligar este livro aos temas do projecto “As 5 portas da Leitura...”. Pois, o leitor ao ler estas consecutivas tragédias que vão desde a fome, terminando mesmo na morte das crianças da família e passando pela separação do casal por uma questão de sobrevivência, insurge-se e deseja que a época e o espaço desta família fossem outros, a fim de viverem uma felicidade plena. De facto, esta família teve o azar de viver nestas circunstâncias, porque talvez se algumas escolhas tivessem sido feitas de outra forma, mais ponderadas, o rumo destas vidas podia ter sido outro. Tal e qual como acontece noutras obras do projecto, como “Os Maias”, pois da mesma forma que se Maria Monforte nunca tivesse ocultado a sobrevivência da sua filha a Afonso da Maia, Carlos e Maria Eduarda jamais cometeriam o trágico incesto; Paulino da Conceição se jamais se tivesse separado de Esmeralda no campo de concentração, as fatais mortes dos seus filhos não teriam acontecido... Mas para além desta ligação trágica, também podemos inserir esta obra na temática do amor, visto que a história deste encantador casal é um relato vivo de amor e paixão constante, mesmo quando se separam...
Uma das coisas que mais me fascinou nesta obra foi o facto de esta parte da história: “a guerra de Timor” ter sido narrada com uma transparência esclarecedora. Digo mesmo, que apesar de nunca ter leccionado esta matéria na disciplina de história, sinto me dentro deste tema e só através da leitura deste livro. De facto, parece nos que este livro transmite, de forma real, objectiva, a história de Timor, tal e qual ela se fez, trata-se mesmo de um rigor jornalístico que marcou este primeiro romance de José Rodrigues dos Santos. Ele que já vem sendo o meu autor favorito! Um livro excelente...


Ana Morais

Projecto "As 5 Portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura"

Este projecto, que está a ser desenvolvido por nós e pelos nossos colegas das turmas A e I, foi premiado pela Candidatura de Mérito 2009, promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares.
No próximo ano lectivo, será desenvolvido por todas as turmas do 11º e 12º ano da nossa Escola. Estamos expectantes em relação às actividades que vamos desenvolver, pois este ano realizámos algumas bastante interessantes e até curiosas e tendo sempre por ponto de partida os conteúdos do programa.
Foi um ano com uma programação muito aliciante e que muito nos ajudou na compreensão dos conteúdos, permitiu-nos alargar os nossos conhecimentos, desenvolver as nossas capacidades e contribuiu para a nossa formação como cidadãos do mundo.

Jantar Queirosiano

Cesário: Cidade/Campo




No dia 28 de Abril de 2009, teve lugar no auditório da Escola Secundária de Seia a palestra “Cesário Verde – Relação Cidade/Campo”, dinamizada pelas professoras Maria dos Anjos Poeira e Lúcia Leitão. A palestra, inserida no projecto “As 5 Portas de Leitura”, tinha como objectivo explicitar a dicotomia cidade/campo existente na obra de Cesário Verde através da caracterização dos dois espaços, sendo destinada aos alunos das turmas A, D e I do 11.º ano.
A professora Maria dos Anjos começou por apresentar um PowerPoint no qual eram explicadas as diferenças entre a cidade e o campo ao longo do século XIX, fazendo-se uma caracterização de ambos os espaços e da relação entre eles.
Passou, em seguida, a palavra à professora Lúcia, que abordou a mesma temática mas relativa ao século XX, alargando-se até à actualidade.
Penso que ambos os momentos foram bastante enriquecedores, na medida em que nos permitiram ver as diferenças entre o passado e o presente das relações estabelecidas entre a cidade e o campo, situação que muitas vezes é ignorada pelos alunos, principalmente porque estes vivem num meio rural e ignoram a realidade das grandes cidades, onde este processo é mais evidente.
É importante que este tipo de acções continue a desenvolver-se, uma vez que permitem um maior envolvimento nas actividades escolares, além de proporcionarem um maior entendimento da obra em questão e o conhecimento de novas realidades.
Cátia Soares

Cesário Verde: fotografia/pintura




No dia 22 de Abril, decorreu na Sala de Estudo da Escola Secundária de Seia, pelas 10h e 15m, a palestra “Cesário Verde - observação/captação do real - A fotografia como forma de captação do real envolvente; Visão pictórica da realidade – poemas = pinturas”, dinamizada pelos Encarregados de Educação João Carlos Soares e Tânia Lazakovich.A palestra contou com a presença dos alunos das turmas A, D e I do 11º ano e respectivos professores, que estão a desenvolver o Projecto “As 5 Portas da Leitura: promoção do livro e da leitura”, promovido pela Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos. A palestra dividiu-se em duas partes. Na primeira, o nosso convidado falou da evolução que a fotografia foi sofrendo ao longo dos tempos; mostrou algumas máquinas antigas e as películas usadas, para os alunos se poderem aperceber da evolução que a arte da fotografia sofreu ao longo dos anos; contou pequenas histórias que ocorreram com alguns fotógrafos ao exercerem a sua actividade e que pela diferença técnica de utilização das mesmas nos fizeram sorrir pelo caricato que hoje têm; deu-nos também alguns conselhos para a obtenção de boas fotografias como captação do real envolvente, pois, como ele referiu, todos podemos ser bons fotógrafos de retratos, mas não seremos diferentes de outros com uma máquina fotográfica, uma vez que aquilo que faz a diferença é o uso da nossa sensibilidade para a captação do momento associada a uma boa técnica. Na segunda parte da palestra, a nossa convidada falou-nos um pouco de arte e explicou-nos algumas fases da pintura de uma tela e utilização dos diferentes materiais, tendo pintado ao vivo um estudo com a paisagem que observávamos da janela da sala; referiu-nos que tudo o que observamos pode ser passado para a tela, mas, que ao pintarmos, o que passa para a tela é a nossa percepção da realidade, aquilo que queremos ver e não a própria realidade, pois cada um vê a realidade à sua maneira, interpretando-a consoante a sua sensibilidade, a sua perspectiva.Esta actividade foi muito interessante, pois, para além termos tido os pais envolvidos numa actividade direccionada para os seus educandos, permitiu-nos adquirir conhecimentos que, directamente, não fazem parte dos conteúdos programáticos, mas contribuem para a nossa formação e crescimento como indivíduos plenamente integrados numa sociedade em permanente evolução.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Visita de Estudo a Lisboa: Roteiro Queirosiano, Porto de Lisboa e Museu do Teatro




Nos dias 19 e 20 de Março as turmas A, B, C, D, E, F, G, I e K do 11º ano da Escola Secundária de Seia participaram numa visita de estudo a Lisboa, inserida no âmbito da disciplina de Português, nomeadamente no que respeita ao estudo da obra “Os Maias”, de Eça de Queirós. Para alguns alunos, esta viagem era também referente às disciplinas de Geografia A e Ordenamento do Território, uma vez que era concordante com os conteúdos leccionados nas aulas.
Os objectivos prendiam-se não só com o enriquecimento pessoal e com o conhecimento de novas realidades, mas também com o aprofundar da relação aluno – aluno – professor.
Saímos de Seia às 7h e 45 minutos e, após uma pequena paragem, chegámos a Belém por volta das 12h e 35 minutos, onde almoçámos. Partimos depois para o roteiro queirosiano, com início no Cais do Sodré. Seguindo os vários locais referenciados ao longo da obra “Os Maias”, sempre orientados por uma guia, chegámos à baixa da cidade. Partimos então para a pousada, jantando num dos centros comerciais no espaço envolvente.
No dia seguinte, saímos por volta das 9 horas, dirigindo-nos para o porto de Lisboa. Aí, assistimos a uma palestra, orientada por um funcionário da entidade. Almoçámos no Liceu Camões e fomos para o Museu do Teatro, onde, numa visita rápida pelas salas, contactámos com a história do Teatro português.
Antes do regresso a Seia, tivemos a oportunidade de conviver no Centro Comercial Colombo. Chegámos a casa por volta das 23horas e 30 minutos, um pouco cansados, mas com uma bagagem recheadíssima de novos conhecimentos e experiências.
De uma forma geral, os objectivos desta viagem foram cumpridos, porque esta nos permitiu percepcionar de maneira mais próxima a obra de Eça de Queirós, dando-nos ainda uma nova visão sobre a matéria do terceiro módulo da disciplina de Geografia A.
Esperamos que experiências deste tipo se repitam…



Ana Morais; Cátia Soares & João Garcia

segunda-feira, 16 de março de 2009

O 11º D e a Semana da Leitura

“Benefícios e malefícios das ementas gastronómicas de Os Maias””



No dia 6 de Março, decorreu no Auditório da Escola Secundária de Seia, pelas 12h, a palestra “Benefícios e malefícios das ementas gastronómicas de Os Maias””, dinamizada pelo Dr. Jorge Lameiras, docente do Instituto Piaget de Viseu.
A palestra contou com a presença dos alunos das turmas A, D e I do 11º ano e respectivos professores, que estão a desenvolver o Projecto “As 5 Portas da Leitura: promoção do livro e da leitura”, promovido pela Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos. A actividade contou, ainda, com a presença dos alunos do 11ºB, que, não estando a desenvolver o referido Projecto, foram convidados a estar presentes.
Ao longo da palestra foram abordados vários aspectos da gastronomia portuguesa, tendo o orador começado por fazer uma ponte entre o século XIX e a alimentação dos nossos dias, referindo, de seguida, aspectos relacionados com o tempo de “Os Maias” – saúde pública, alimentação, nomeadamente aspectos de saúde pública até ao século XIX, estilo de vida, envelhecimento e saúde, transição alimentar e nutricional – mudanças na alimentação nos indivíduos, das famílias e no todo da população.
A actividade terminou com um espaço para questões dos participantes que colocaram algumas questões bastante pertinentes.
Esta actividade permitiu-nos reflectir acerca dos nossos hábitos alimentares, mas sobretudo nas diferenças de saúde pública entre o século XIX e o nosso tempo.

Palestra "Os Maias": a educação inglesa


No dia 16 de Fevereiro, decorreu no Auditório da Escola Secundária de Seia, pelas 8h e 30m, a palestra “Os Maias: a educação inglesa”, dinamizada pela Dr.ª Cândida Perpétua, docente de Inglês desta Escola.
A palestra contou com a presença dos alunos das turmas A, D e I do 11º ano e respectivos professores, que estão a desenvolver o Projecto “As 5 Portas da Leitura: promoção do livro e da leitura”, promovido pela Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos. A actividade contou, ainda, com um grupo de alunos, que não estando a desenvolver o referido Projecto, foram convidados a estar presentes. Estes alunos do 12º ano, turma E, tiveram uma postura muito digna, correcta, activa e participativa no decurso da palestra, nomeadamente nos momentos dedicados ao debate e reflexão de ideias.
Ao longo da palestra foram abordados vários aspectos da educação inglesa, tendo a oradora começado por fazer uma contextualização da época inglesa correspondente ao período português retratado na obra Os Maias, passando, de seguida, a referir assuntos especificamente ligados à educação inglesa.
Esta actividade permitiu-nos reflectir acerca das diferenças existentes entre a educação inglesa e a educação portuguesa e todo o caminho de mudança que temos de realizar para nos aproximarmos de um sistema de educação de sucesso.
Foi uma palestra muito interessante que permitiu o debate e a troca de opiniões.

"Tão cedo, Marta!" de Maria Teresa Maia Gonzalez


A obra “Tão cedo, Marta!”, da escritora Maria Teresa Maia Gonzalez, incide sobre a história, as dificuldades, os pensamentos, a nova forma de viver e o dia-a-dia de uma mãe adolescente que reside no lar “Nova Primavera”, onde encontrou o carinho e apoio que a família e o pai da criança não lhe souberam dar.
O título do livro despertou-me a atenção pelo facto de estar nele uma exclamação, que remete para uma admiração e, por isso, tive a curiosidade de saber o “porquê” dessa mesma admiração; outro motivo que me levou à leitura deste livro foi a preferência que eu tenho pela escritora que é das minhas favoritas, pois as obras dela reflectem sobre os adolescentes, as suas diferentes histórias e dificuldades sempre actuais e reais, demonstrando sempre que detém um enorme conhecimento do que escreve até ao mais ínfimo pormenor, que vai desde os contrastes de linguagem utilizados pelas personagens (adultos e jovens), aos ideais, pensamentos, sentimentos, emoções… Mostra, sem dúvida, que conhece os jovens como ninguém. As suas obras são dedicadas aos jovens e igualmente adaptadas para incentivo à leitura, tanto na linguagem (objectiva, clara, actual), como nos temas (sempre actuais e relacionados com os problemas sociais e juvenis), no tipo de letra (com um tamanho razoável, que não cansa os olhos da sua leitura), na estrutura do livro (curto, empolgante por que nos identificamos sempre com alguma coisa, com alguma passagem, com algum sentimento, etc., de boa leitura que nunca se torna maçadora, os parágrafos curtos, com algum discurso directo, etc.).
“Tão cedo, Marta!” não poderia deixar de corresponder às características das obras da sua autora. Sempre com uma linguagem correcta, apelativa, actual, objectiva, clara, com parágrafos e frases relativamente curtos, de fácil leitura; o tema é a “gravidez na adolescência”, o que, infelizmente, não deixa de ser actual. É empolgante a cada capítulo, sempre, cada vez mais, conduzindo-nos à curiosidade de “como irá acabar?”.
A leitura da obra fez-me reflectir muito na coragem da personagem (Marta). A coragem de assumir a sua gravidez e a sua criança, sozinha, sem o apoio de ninguém, arriscando-se a modificar totalmente a sua vida; nem todas as raparigas o fariam. A opção de, contra a vontade de tudo e de todos, principalmente da mãe, não abortar a criança, mas, sim, aceitar a sua situação; a força que ela tem de enfrentar as dificuldades que se atravessam, a vontade e orgulho de não querer depender de mais ninguém, de enfrentar a contra-vontade da sua mãe e sair de casa; a determinação de ter a criança, de a criar, de lhe dar todo o carinho e cuidados necessários. Ao longo de todo o livro apercebemo-nos de que Marta nunca se arrependeu da sua opção; do intenso amor que ela oferece, da inter-ajuda com outras mães no lar, dos intensos auxílios e protecção que ela dá ao filho e apercebemo-nos, também, que ao longo dos tempos ela se depara com o receio dos problemas económicos, pois vai ter de sair do lar quando atingir determinada idade e, mais tarde ou mais cedo, terá de sair dali e viver independentemente com o seu filho, por isso, instala-se a dúvida de pedir auxílio aos avós paternos do filho, já que estes possuem meios económicos abastados e ainda não sabem que têm um neto.
Nem só Marta (personagem principal) demonstra uma lição de vida, mas também as histórias das outras mães do lar se tornam surpreendentemente emocionantes e nos transmitem reflexões importantes de amadurecimento, de sonho e desejo por um futuro melhor e de autênticas histórias de coragem.
Este livro é apenas um exemplo de tantas histórias que conhecemos ou que vemos/ouvimos todos os dias falar. Infelizmente, embora com mais informação e novos métodos de contracepção, a gravidez inesperada, não - planeada na adolescência em que “uma criança dá à luz outra criança”, continua a ser bastante frequente e, muitas das vezes, quando estas jovens necessitam mais do apoio da família, dos amigos, da sociedade em geral, é quando se deparam com o “virar das costas” com preconceitos, falsidades e hipocrisias, discriminações. Embora a sociedade evolua, continua estagnada a estas circunstâncias, muitas vezes, gozando, criticando, julgando e nem se lembram que é algo que pode acontecer a qualquer um e é normal.
Aconselho a obra a todas as pessoas de todas as idades, porque embora se remeta para a classe juvenil, este livro torna-se agradável de ler também por adultos. Classifico-o como um livro “para todas as idades”, pois emociona-nos do princípio ao fim!



Cristina Lopes

"O Sorriso das Estrelas" de Nicholas Sparks

O livro Sorriso das Estrelas é um livro de Nicholas Sparks, sobre o verdadeiro amor, sobre o verdadeiro sentido das palavras e sobre a arte de escrever de Sparks, que nos leva a olhar a vida com outros olhos, não olhos de ver mas sim os olhos de sentir, de sentir o quão o amor nos pode fazer bem.
Nunca julguem um livro pela sua capa, mas existe algo numa lua cheia misteriosa num céu vagamente iluminado pela noite, levando o seu enevoado reflexo sobre o horizonte e sobre as águas tranquilas de uma costa rochosa, que evoca um sentido profundo de desejo e nostalgia e que nos faz querer apaixonar. E foi exactamente este retrato da capa que me levou a escolher O Sorriso das Estrelas.
À primeira vista, estava à espera de ser uma história comovente sim, mas também uma história de amor previsível. Mas à medida que a história se foi desenrolando, fui descobrindo uma história de amor e sacrifício mais sensível e inspiradora do que algo que já tenha lido. O Sorriso das Estrelas é sem dúvida um clássico dentro deste género.
A protagonista, Adrienne Willis, é uma mulher perto dos sessenta anos e mãe, divorciada, de três adolescentes. A tragédia abate-se sobre eles quando a filha de Adrienne perde o marido devido a um cancro e na sua depressão começa a negligenciar os seus dois filhos. Agora, Adrienne chega à conclusão de que está na altura de confidenciar à sua filha um segredo seu que está escondido há mais de 14 anos. Sendo assim, um dia, durante um chá, Adrienne narrou a história do homem que lhe fez recuperar a esperança e a coragem de viver que ela pensava ter perdido para sempre, o homem que lhe mostrou o verdadeiro significado do amor e que se tornou no seu anjo da guarda para sempre, um homem chamado Paul Flanner. Três anos depois do seu marido a ter trocado por uma mulher mais nova, Adrienne trabalhou como bibliotecária em part-time, para sobreviver e cuidar do seu pai doente, que exigia assistência médica 24 horas por dia. Então, quando questionada por uma amiga, para ficar à frente de uma estalagem em Rodanthe por um fim-de-semana, Adrienne aceitou prontamente, esperando alcançar a paz e o relaxamento que ela tanto desejava. Mal ela sabia que um encontro crucial com um completo estranho a esperava. Uma terrível tempestade estava prevista para o dia em que o Dr. Paul Flanner chegou a Rodanthe, para visitar o marido de uma das suas pacientes falecidas. A par de um divórcio complicado e esperando fazer as pazes com o seu distante filho, Paul, assim como Adrienne, também estava a tentar curar o seu coração partido. Este hóspede, Paul, apesar de ser bonito e inteligente, era um homem cheio de problemas e dúvidas. Quando se viram pela primeira vez, não puderam esconder a enorme atracção que sentiram um pelo outro e com o passar do tempo acabaram mesmo por se envolver. Por isso, não foi novidade nenhuma que estas duas almas perdidas procurassem consolação (e amor) uma na outra. Enquanto os dois lutavam para que os seus sentimentos se mantivessem sem serem notados, o ambiente da pequena cidade adormecida, o calor e o acolhimento da estalagem e a intensidade das suas emoções levou a que acabassem nos braços um do outro, alterando assim a vida um do outro para sempre. Mas, apesar do desabrochar do amor deles, nem Paul nem Adrienne podiam esquecer as suas responsabilidades perante os seus filhos e foram levados a fazer uma jura de amor de que iriam ficar juntos, um dia. E durante a sua separação, eles mantiveram esta promessa viva, mas Paul parte para o Equador na esperança de passar mais tempo com o filho, porque dava mais valor à sua carreira de médico do que à família. Após ter conseguido resolver todos os problemas familiares tem um acidente mortal ao salvar o filho, e este acto altruísta separou Adrienne e Paul para sempre.
Adrienne sabe da notícia através do filho de Paul, que lhe entrega pessoalmente as cartas que esta tinha escrito para Paul enquanto este estava no Equador. O Sorriso das Estrelas não é apenas uma história de amor, mas sim sobre morrer por aquele que amamos e perdoar aquele que morre por nós. É sobre o amor que sobrevive à morte por toda a eternidade.
– “Amo-te por tudo o que partilhamos e já te amo, por antecipação, por tudo o que ainda temos para viver.” (esta é uma frase escrita por Paul numa das cartas que escreve a Adrienne) – “…agora estava tudo acabado, tudo menos as recordações e essas eram mantidas com carinhos infinitos.” (uma das frases do final do livro que mostra de forma muito clara a razão que levou Adrienne a contar o seu segredo à filha; queria dar-lhe força). O Sorriso das Estrelas é todo ele sobre o amor, sacrifício, perdão, esperança e, claro, a força para continuar, e estas são emoções que falam uma língua universal. É um livro para lágrimas, suspiros e pena, mas principalmente uma inspiração para viver.A moral desta história é que nunca se deve desistir da vida mesmo que esta nos corra mal, porque nunca se sabe quando podemos passar por momentos de enorme felicidade.
E sobre a literatura de Nicholas Sparks, penso que ele domina a narrativa com total eficácia e explora sentimentalmente as personagens com o objectivo de influenciar o comportamento dos leitores, portanto eu adorei ler o livro, porque é incrível a força que esta mulher tem para continuar, apesar de tudo lhe correr mal. Mas a vida não é só feita de desagrados. Ao longo deste livro, podemos encontrar muitas coisas alegres, como o amor verdadeiro de Adrienne por Paul e vice-versa, pois nem todas as pessoas podem dizer que viveram alguma vez um amor assim.
Sparks é, sem dúvida, um dos melhores artistas na arte de escrever. Ele tem a necessidade de respirar as palavras e com elas criar a dádiva da escrita, pois ele, na minha opinião, faz-nos sonhar, mas ao mesmo tempo aprendemos que há sempre um lado bom nas coisas más da vida e é esse lado bom que devemos valorar.
Penso, então, que este livro está optimamente bem concebido.

Sara Ramos

"Receitas de Amor" de Anthony Capella

A obra “Receitas de Amor”, de Anthony Capella, apresenta-se quase como um roteiro gastronómico pelos pratos italianos. Do Antipasto ao Ricette, a obra divide-se em capítulos que mais não são do que partes da típica refeição italiana, “uma sequência viva de sensações em que o estaladiço alterna com o tenro e o fofo, o picante com o suave, o variável com o básico, o elaborado com o simples…”[1]. Também esta obra é um pouco assim: diferente, inconstante e muito enriquecedora.
Sob o palco da cidade eterna, Roma, as personagens envolvem-se num carrossel de emoções e relações convergentes; da romântica Laura, a musa ingénua e idealista, ao romântico e talentoso Bruno, passando por Tommaso, o típico homem comum, todos se modelam e transformam de forma impressionante ao longo da acção. Embora o final seja o mais esperado, a história evolui de tal forma que é impossível prever o rumo que cada uma das tramas vai tomar, cruzando-se e separando-se de forma tão intrínseca mas, ao mesmo tempo, tão sustentada, que nos leva a ficar presos à leitura.
Os pratos típicos da cozinha italiana misturam-se com as inovações culinárias, deixando-nos quase que deliciados apenas com a descrição dos cheiros e sabores que vão sendo aprimorados ao longo da obra.
Como em tudo, há alguns pequenos senãos: a exaustiva descrição dos pratos a confeccionar, embora forneça todo um novo ponto de vista sobre a arte de cozinhar, torna-se por vezes um pouco aborrecida, principalmente porque nos faz ansiar por provar tais pratos e (infelizmente) os livros ainda não desenvolveram a capacidade de transmitir aromas, deixando assim à nossa imaginação reproduzir os fantasiosos cheiros descritos e deixar-nos com água na boca.
Mas não só neste facto a leitura deste livro se torna um pouco frustrante; também o assistir, impotente, ao desenrolar das acções numa quase previsível teia de encontros e reencontros, torna-o, por vezes, ligeiramente entediante.
Não penso que isto seja, no entanto, uma crítica negativa tão grave. Actualmente é difícil ser original, com a enorme difusão de informação e as mentes ávidas dos leitores, qualquer caminho que o autor escolha será sempre uma possibilidade já repensada. E Capella conseguiu algumas reviravoltas bastante interessantes ao longo desta trama, isso é inegável.
Ao longo da obra, existe uma quase vontade a “abanar” o passivo Bruno, que contar a verdade à inocente Laura e de maldizer o pretensioso Tommaso; mas mais do que um aspecto negativo, isto só indica a capacidade que o autor teve para nos transportar para dentro da obra, para nos fazer senti-la como se fosse nossa.
Penso que é aí que reside a grande vitória do autor, ou talvez da história: no retratar “realidades reais”, não “cor-de-rosa” ou amenizadas, no fazer-nos crer que nem tudo é o que parece e há sempre algo a mais para além do que julgávamos possível. O importante é acreditar.


Cátia Soares



[1]CAPELLA, Anthony, Receitas de Amor (2005), Lisboa, ASA Editores, p.5.

"A Vida num sopro" de José Rodrigues dos Santos

O livro A Vida num sopro foi, até ao momento, o livro que, sem dúvida, maior prazer me ofereceu sempre que desfrutava da sua leitura. Com toda a certeza, posso afirmar que nos momentos ocupados a desfrutar uma lindíssima história de amor, tantas vezes condicionados por situações tão banais e tão quotidianas, mas que se revelarão fatídicas para o desencadeamento de um final feliz, eu dava por mim quase a entrar na história, como se mais uma personagem fosse.
Sendo esta uma história de amor, poderíamos pensar e tentar adivinhar o desenrolar da relação ou, até mesmo, como a mesma terminaria. Porém, com este livro, tudo é diferente. O desenrolar da obra vai se tornando cada vez mas surpreendente, alterando-se inesperadamente com o aparecimento de situações exteriores, e que se revelam fundamentais para o romance de Luís Afonso e Ana Amélia.
Este romance cinematográfico tem a pouca sorte de acontecer numa sociedade conservadora e cheia de pudores, influenciada por “a moda” dos regimes ditatoriais do séc. XX, sobretudo na Europa Ocidental. Este infortúnio do casal, apaixonado desde os tempos de adolescentes, vai-se revelar fatal para o desfecho das suas vidas, inteiramente controlado por factos exteriores, deixando que as vidas deste casal fujam ao seu controle, tornando-os, quase, como meros espectadores dos acontecimentos infelizes que a vida inoportunamente lhes ofereceu.
Toda esta catastrófica ideia do “estar no local errado, à hora errada”, vai se revelar fatídica para o fim da relação dos dois amantes, dando origem ao final negro e trágico que evidencia o lado nefasto dos regimes ditatoriais, que à custa dos seus caprichos nacionalistas, fizeram vítimas, tantas pessoas inocentes que, talvez em outra época, poderiam ter vivido uma linda história de amor como tantas outras.
Relativamente ao tempo de leitura, confesso que li este romance de rajada, embrenhei-me na história como há muito não acontecia, daí que tenha lido em pouco tempo um livro com aproximadamente 700 páginas.
As provas de que eu verdadeiramente fiquei apaixonada por esta história, foram as minhas reacções a momentos específicos da leitura, a saber, dei por mim a ler à gargalhada com as discussões políticas entre Luís e o seu amigo Fernando; ficava embevecida com os passeios românticos de Amélia e a sua cara-metade; barafustei impacientemente com a intransigência da PVDE e quando pensava que nada mais me surpreenderia, o desenlace trágico desta história emocionou-me (eu que até então não me emocionava com ficção!).
Esta obra, A Vida num sopro de José Rodrigues dos Santos, enquadra-se nos temas do Projecto As Cinco Portas da Leitura, visto que, semelhantemente à obra Os Maias de Eça de Queirós, se revela um romance trágico.
Mas, para além deste elemento em comum, eu concluí que para me ter interessado tanto por esta história, ao ler, tive que envolver todos os sentidos. Pois, só através da visão mental dos passeios matinais dos dois apaixonados, através da imaginação do cheiro da feijoada da pensão ou da audição ideal dos espectáculos do Parque Mayer… foi possível estimar toda esta história, que sem dúvida permanecerá na minha memória por um longo período de tempo.

Ana Morais

domingo, 15 de março de 2009

"Sapatos de Rebuçado" de Joanne Harris

Sapatos de Rebuçado é o regresso inesperado de Chocolate, de Joanne Harris. Um romance cheio de intrigas, magia, bem e mal, feitiços e sobretudo chocolate!
Este maravilhoso livro descreve-nos a continuação da história de Vianne Rocher e as suas filhas Anouk e Rossete que abandonaram a pequena aldeia de Lansquenet-Sur-Tannes, mudando-se para os arredores de Paris. Vianne abriu uma loja de chocolates por cima da qual morava e parecia ter finalmente encontrado paz. Porém, tudo se altera quando uma mulher com uns sapatos de rebuçado, Zozie de l’ Alba, entra nas suas vidas, e tudo começa a mudar.
Mas esta nova amizade não é o que parece ser. Insensível, tentadora e maldosa, Zozie pretende nada mais, nada menos do que destruir as suas vidas. Vianne encontra-se perante uma escolha difícil: fugir, tal como fez das outras vezes, ou confrontar o seu pior inimigo … Ela própria!
Um livro surpreendentemente fabuloso que prende da primeira à última página, sempre com novos acontecimentos, intrigas e magia.
O livro centra-se em 3 personagens, o que dá mais vontade de ler, com características e personalidades diferentes, uma obra fulminante de magia e chocolate.
A linguagem do livro é clara, descritiva e objectiva, de fácil leitura.
Este livro despertou-me diferentes comportamentos, tais como ansiedade de ler cada vez mais, alegria de alguns acontecimentos engraçados, tristeza quando algo de mal acontecia, etc.
Aconselho-o a todos os que gostam de iguarias, sabores, magia, pois este é, sem dúvida, o melhor livro para ler, uma leitura calma e divertida.
A frase que gostei mais do livro foi: “Tudo está interligado, o mal cometido numa parte do mundo é compensado pelo seu oposto na outra. Não há luz sem trevas, o Bem não existe sem o mal, nem a ofensa sem a vingança”
Gostei desta frase, porque a autora quer transmitir as coisas como elas são e tudo está interligado.

João Garcia

Jogo Dramático




No dia 7 de Janeiro, a aula de Português foi diferente. A nossa professora pôs-nos a fazer de improviso um jogo dramático a partir de uma situação que consistia na presença de quatro personagens em palco, sendo três delas retiradas do texto dramático “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, a quarta personagem era um dos alunos da turma, desempenhando o seu próprio papel – aluno. A situação vivenciada na aula tinha como ponto de partida o encontro de Telmo, Maria e um aluno com o rei D. Sebastião, regressado de Alcácer-Quibir.
A representação foi muito interessante, pois o diálogo que se estabeleceu entre os quatro intervenientes, justificando a presença do aluno com a máquina do tempo, que permitiu, por avaria, o regresso ao século XVII e a este encontro inesperado entre a realidade e a ficção. Outro ponto de interesse da representação foi a forma como os «actores» conseguiram envolver o público na dramatização, as opiniões que foram emitindo acerca dos dois séculos, tão diferentes, mas tão semelhantes na crise que se está a viver.
Valeu a pena o esforço despendido e o tempo passado com esta actividade, pois a «brincar» também se aprende.

Os Maias: Situação política, social, económica e cultural de Portugal


No dia 15 de Janeiro, decorreu no Auditório da Escola Secundária de Seia, pelas 8h e 30m a palestra “Os Maias: situação política, social, económica e cultural de Portugal”, dinamizada pela Dr.ª Conceição Saraiva, docente de História desta Escola.
A palestra contou com a presença dos alunos das turmas A, D e I do 11º ano e respectivos professores, inseridos no desenvolvimento do Projecto “As 5 Portas da Leitura: promoção do livro e da leitura”, promovido pela Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos.
No decurso da palestra foram abordados vários assuntos relacionados com a obra Os Maias de Eça de Queirós, nomeadamente as lutas liberais, a Geração de 70, as Conferências do Casino, o Realismo na Arte e na Literatura. Com esta actividade ficámos a conhecer melhor o contexto da época e a compreender melhor algumas personagens da obra em questão, especialmente Afonso da Maia e a sua posição de desencanto perante a sociedade portuguesa.
Foi uma actividade muito gratificante para todos os presentes e que nos ajudará a todos a compreendermos melhor a sociedade portuguesa retratada n’ Os Maias de Eça de Queirós

Palestra "A situação política, económica, cultural e social de Portugal e do Brasil na época Vieira



Decorreu no dia 14 de Outubro, no Auditório da Escola Secundária de Seia, a palestra “Situação política, económica, cultural e social de Portugal e do Brasil na época do Padre António Vieira”, dinamizada pela Dr.ª Conceição Saraiva, docente de História desta escola.
A palestra contou com a presença dos alunos das turmas A, D e I do 11º ano, inseridas no Projecto “As 5 Portas da Leitura: promoção do livro e da leitura”.
A actividade foi muito interessante, pois deu-nos uma visão muito concreta da época do Padre António Vieira, quer da situação conturbada que se vivia em Portugal quer da situação dramática vivida pelos escravos no Brasil.

Oficina "Orquestra de Palavras - Sermão de Santo António aos Peixes"



O projecto “As 5 portas da Leitura: Promoção do Livro e da Leitura”, criado pela professora de Português Manuela Silva, tem como objectivo incentivar a leitura, principalmente, por parte dos jovens, mostrando que esta é mais do que um bem essencial, é um dever, uma necessidade, um direito que devia ser de todos nós, na medida em que é ela que nos proporciona os recursos necessários para conhecer o que nos rodeia e para nos descobrir a nós mesmos.
O projecto apresenta-se como um desafio ambicioso que nos leva a percepcionar as palavras através das 5 portas, ou seja, os 5 sentidos. Ao longo do ano lectivo, várias actividades vão ser desenvolvidas neste sentido, de modo a promover a leitura e a permitir ao jovem saborear as palavras, observar as palavras, ouvir as palavras, cheirar as palavras, tocar as palavras e, mais que isso, deixar que elas nos toquem a nós.
No âmbito deste projecto, nos dias 20 e 21 de Outubro, as turmas A, D e I do 11º ano da Escola Secundária de Seia participaram na oficina dinamizada por Paulo Condessa.
Esta primeira oficina, sem grandes objectivos educativos, foi necessária para nos estimular à percepção dos sentidos que as palavras nos despertam.
Denominada “Oficina – Orquestra de Palavras – Sermão do Padre António Vieira aos Peixes”, a actividade levou-nos a descobrir diferentes significados das palavras, explorando-as com os nossos 5 sentidos.
A oficina teve duas sessões, onde as turmas estavam divididas. Ambas as se iniciaram com uma visita ao interior da nossa mente, acompanhada por uma sonoridade relaxante, um odor intensamente penetrante e um voz tranquilizadora que nos guiava pela nossa imaginação à descoberta de novos mundos guardados no mais íntimo do nosso inconsciente. Mundos nunca dantes visitados e que, surpreendentemente, nos forneciam respostas para questões que nós próprios desconhecíamos, mas que se relacionavam com variados aspectos da nossa vida.
Seguidamente, procedeu-se a um momento de partilha de experiências com o grupo, trabalhando em pares e falando acerca da nossa experiência. A partilha foi-se, aos poucos e poucos, tornando mais complexa, através da adição de gestos e sons à declamação dos textos poéticos . As actividades foram então direccionadas mais directamente ao Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira, obra que se insere no programa de Português do 11.º ano.
No final de cada sessão, procedeu-se à avaliação das aprendizagens e do significado que esta actividade teve para cada um de nós, bem como da importância que poderá vir a ter na nossa vida.
Para nós, foi uma actividade muito enriquecedora na medida em que nos proporcionou recursos para podermos ser mais felizes, refugiando-nos nos recantos do mais íntimo de cada um de nós.


Ana Morais & Cátia Soares